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24.7.12


hoje acordei. sim, só. simplesmente acordei. quase tão vaga quanto as palavras que deixo cair de longe a longe, abri os olhos, levantei-me silenciosamente e fui até à janela. nela pouco vi. mundo era agora o meu reflexo: vazio, sem cor, sem sabor, sem pedaçinhos de amor. o sol de ontem não deixou qualquer rasto. temo até que fosse alucinação minha, pois o céu de hoje está preenchido por uma imensidão de núvens de tons escuros que de tão gigantes que são chegam até a esconder mais de metade das montanhas que vejo todos os dias. a chuva cai tão leve quanto o vento que abana as folhas das árvores. decidi finalmente preparar-me, com o mesmo passo lento com que tenho andado sempre.
já tinha saudades de vestir a tua camisa. tenho cada vez mais de nós. o nosso tempo, as nossas memórias, a nossa roupa, as nossas memórias, a nossa roupa. mas... faltas-me tu. quando as minhas lágrimas teimam em cair, faltas tu para as limpar; quando o meu sorriso teima em não sair, faltas tu para o libertar; quando as saudades apertam, faltas tu para as acalmar; quando o meu coração cai, faltas tu para o segurar. faltas-me tu, meu amor, faltas-me sempre tu.

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